UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Instituto
de artes
Mestrado
Profissional em Artes – 2025
Paulo
Jose de Sousa
Graffiti
na escola: Stencil e narrativas visuais
São
Paulo
2024
Paulo José de Sousa
pjss32@yahoo.com.br
Local de trabalho: EMEF DOM Paulo Rolim
Loureiro – São Paulo SP
Resumo
Este
projeto tem como objetivo o estudo da utilização do graffiti como uma
ferramenta pedagógica inovadora e crítica para o ensino da arte na educação
formal, focando a técnica do stencil arte adaptada a um ambiente escolar.
Propõe-se investigar, o modo pelo qual o graffiti, como elemento da cultura urbana,marginal e efêmero, pode ser
abordado como uma atividade realizada no contexto escolar e utilizada para
discutir temas de identidade, pertencimento e crítica social. Embasado na
abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, propõe-se articular o fazer artístico
, a apreciação e a contextualização, adaptando materiais e técnicas para um
espaço seguro e acessível. A pesquisa problematiza as barreiras e as
possibilidades de implementação do graffiti, abordando o protagonismo juvenil e
a relação arte-comunidade, visando discutir a arte urbana como uma ferramenta
de transformação do processo de ensino-aprendizagem.
Linha
de Pesquisa : Processos de ensino, aprendizagem e criação em arte
Palavras
chaves: Arte educação, Graffiti, stencil Arte,
São
Paulo
2024
Introdução
O graffiti , sem dúvida uma das
manifestações mais originais e influentes do mundo da arte contemporânea, tem
conquistado cada vez mais espaço para adentrar nos ambientes educativos,
especialmente no contexto da arte-educação. Tendo surgido nas ruas e associado
a movimentos culturais urbanos, o graffiti pode ser considerado uma linguagem
visual de grande impacto na sociedade contemporânea, inserida também entre as
paredes dos museus, galeria e escolas.
No Brasil, a partir do final dos anos 1970, o graffiti se estabeleceu em
duas vertentes principais: uma vinculada aos grupos que curtiam rap,
breackdance que mais tarde seria o
movimento hip hop, que floresceu nas periferias, e outra relacionada com
alguns artistas plásticos que moram fora do Brasil nos anos 70 e ou vindos de
universidades e pra cá trouxeram um pouco do contexto artístico de grandes
metrópoles como Paris, Nova Iorque, Londres, estes artistas adaptaram as técnicas, conceito e procedimentos para um contexto mais
artístico e experimental aqui no Brasil. “[...] realizadas por um grupo diverso
de artistas e coletivos de artes, com destaque para Alex Vallauri, ao longo da
etnografia , ficou evidente que o reconhecimento desta influencia esta longe de
ser unânime entre quem pinta na rua,
contudo é possivel identificar, hoje, a persistência de alguns de seus
desdobramentos. (Leal -2023, pg 71) [...] seus autores eram sobretudo artistas
da classe média e alta, egressos de universidades de referencia para o campo
artístico paulistano, e buscavam estimular a discussão da arte publica para
além dos espaços institucionais ( Leal-2023, pg 72).
Com base nessa diversidade de
influências, meu trabalho ao longo de 30 anos com graffiti tanto produzindo nas
ruas como em ações de educação não formal em projetos culturais e sociais, alterno
entre meu fazer artístico e a educação. De maneira que minhas experiências
pessoais no mundo da arte se tornam uma base fluida, diretamente engajada na
minha prática pedagógica, pois entendo que
o professor de arte deve ser, acima de tudo, um criador em ato, pois, ao
desenvolver seu processo artístico, ele aquece a situação de ensino e
aprendizagem. Assim minha influencia e prática comunga com a segunda vertente
citada acima que é o graffiti stencil arte ou também chamado de máscara e o
graffiti a mão livre é esta prática que levo para a sala de aula. “
[...] foram criados basicamente , tres estilos:
Estilo das máscaras – escola Vallauriana, o estilo americano – ligado ao
movimento hip hop, e o estilo a mão livre – escola Keith Haring” (Githay, 1999
pg. 71)
Nos últimos 14 anos, atuando no ensino publico do fundamental e médio,
tenho adaptado minha prática pedagógica para incorporar o graffiti ao currículo
escolar, utilizando como principal proposta a abordagem triangular de Ana Mae
Barbosa. Essa abordagem, que articula o fazer artístico, a leitura de imagens e
a contextualização, permite que o graffiti seja explorado tanto como forma de
expressão artística quanto como uma ferramenta crítica e social. [...]
aprendizagem por três ações mentalmente e sensorialmente básicas, quais sejam:
Criação (fazer artístico), leitura da obra de arte e contextualização.”
(BARBOSA, 1998, p. 34).
Aqui cabe ressaltar dois pontos fundamentas : 1º que meu campo de
pesquisa é uma escola da rede municipal de ensino da cidade de São
Paulo , portanto qualquer atividade proposta deve ser orientada pelo currículo
da cidade e as orientações pedagógicas que são : orientações pedagógicas
povos indígenas, povos migrantes e educação antirracista. 2º Minha
abordagem no campo da arte explora a
vertente stencil arte, máscara e a mão livre.
De que maneiras pode o graffiti stencil arte ser vinculado de modo seguro, educativo e
culturalmente pertinente no processo de aprendizagem em arte do ensino formal?
Essa questão orienta minha pesquisa, porquanto a prática pedagógica da
arte-educação exige o ajuste do fazer graffiti para o ambiente escolar, superando barreiras como a impossibilidade de uso de
alguns materiais pelos alunos como as
tintas a base de thiner, solventes e estiletes , materiais essenciais para a técnica do
stencil arte .
Outra questão que necessita pesquisar , a
dificuldade de trabalhar o graffiti, uma linguagem visual urbana de raízes
culturais e sociais das ruas, marginal, questionador , livre e contemporâneo. Assim levanta-se a demanda
para se desenvolver métodos de ensino que tornem possível a exploração criativa
e estética dos alunos, respeitando as demandas de segurança e ao mesmo tempo,
promovendo uma reflexão sobre o lugar da arte urbana na sociedade, além de se
referenciar nos documentos de
orientações pedagógicas da secretaria municipal de educação da cidade de São
Paulo, que são : Orientações pedagógicas Povos Migrantes, Povos Indígenas e
Educação antirracista, que seguem os conceitos
orientadores de Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva.
Por meio de experimentos em sala de
aula, já desenvolvemos técnicas
alternativas que substitui o uso de estiletes por uma combinação de
materiais de fácil manuseio, como papel cartão, acetato, cola, vinil autocolante
e tule, permitindo a criação de stencil seguros e práticos. Nesta pesquisa,
proponho continuar a investigar o graffiti como um instrumento no processo de
ensino e aprendizagem em arte, com ênfase na técnica do stencil arte, que
desenvolvo há anos com os estudantes. Este trabalho abrange a construção
colaborativa de suportes para o stencil e novas formas de pintura, já tivemos
boas experiências neste sentido , como a técnica do carimbo pixel arte , onde
temos um bastão / carimbo que produz quadrados de 3x3cm e compõe imagens em
grandes formatos na parede e criação de stencil que não necessita de estiletes,
assim como tinta spray automotiva e solventes a base de thiner .
Estas experiências práticas tem
sido fundamentais para o desenvolvimento da criatividade e da expressão dos
estudantes, além de propor condições para uma reflexão crítica sobre a arte
urbana e a sua relação com a sociedade
abordando questões contemporâneas como povos indígenas, migrações e educação antirracista.Neste sentido temos
diversas publicações didáticas do PNLD /
MEC que abordam o graffiti em seu conteúdo como a série da editora moderna
“superação arte” – 9º ano que reserva aproximadamente 1/4 do conteúdo abordando
arte urbana /graffiti da mesma forma a série “diálogos arte” 5º ano da editora ática que dos 4 capitulos da obra
, reserva um inteiramente voltado para
as artes visuais produzidas nas ruas.
A inovação da minha pesquisa reside na proposta de uma nova abordagem, a
do graffiti como um instrumento pedagógico ao ensino formal de arte, em
especial ao ensino fundamental, explorando-o em termos do seu potencial para
provocar o olhar crítico e sensível dos alunos sobre os aspectos do seu
ambiente social e cultural, a investigação se propõe apresentar como o graffiti
pode ser uma ponte de enriquecimento curricular da escola, para além dos
preconceitos e estigmas que o ligam ao vandalismo. O aspecto inovador da
pesquisa está na adaptação das técnicas de graffiti stencil arte ao ambiente
escolar, discutindo-se sobre seu aspecto estético e conceitual na arte
contemporânea tendo como referencia as orientações pedagógicas povos migrantes,
povos indígenas e educação antirracista . Outro aspecto essencial é o da
análise dos desafios práticos e metodológicos que presume esta inserção, o que
envolve questões de segurança, de espaço e de adaptação de materiais, visando a
uma prática inclusiva e acessível a todos os estudantes.
Por fim, a pesquisa propõe ampliar o
alcance da proposta do graffiti para além da escola, a fim de conectar escola e
comunidade da utilização da arte como um meio de expressão e envolvimento social. Característica esta que é
importante, pois propõe o uso do graffiti na construção de uma arte que reflita
a realidade local, estimula o senso crítico dos alunos em relação as questões
locais culturais e sociais.
Objetivo geral
Pesquisar
a atuação do graffiti stencil arte enquanto uma forma de expressão artística e
cultural dentro do ambiente escolar, analisando suas vertentes, para entender
como esta prática pode ser inserida no currículo educacional, rompendo com
preconceitos, promovendo retorno ao protagonismo do aluno, abordando questões
sociais.
objetivos específicos.
- A Legitimidade do Graffiti na Educação:
investigar como o graffiti pode ser considerado uma forma de expressão artística
e cultural no contexto escolar, assim como carregar os preconceitos e
aproximações negativas atribuídos ao mesmo e ao vandalismo.
-
As Vertentes do Graffiti: Analisar as vertentes da escola Valauriana e o estilo
de mão livre de Keith Haring, a fim de procurar suas características estética e
conceituais. A pesquisa se detêm em quais aspectos dessas formas podem ser
inseridos no currículo escolar e reportar-se à arte contemporânea.
-
A Pedagogia do Graffiti: Analisar o graffiti enquanto uma ferramenta pedagógica
ao giro em torno de uma discussão em torno a questões sociais e identitárias
onde o protagonismo do estudante está investido nesta discussão.
-
As limitações e desafios de sua implementação:
Estudar as especificidades técnicas, metodológicas e éticas em torno da
introdução do graffiti na escola. Há aqui problemas de ordem prática como
espaço, segurança, acesso aos materiais, além de como contornar para viabilizar
essa atividade de graffiti na escola.
-
A Ligação da Arte com a Comunidade: Investigar como o graffiti pode ser
articulado a dica confluência entre a escola e a comunidade permitindo aos
estudantes se envolverem em projetos que levem em conta questões locais e
sociais. A pesquisa se esforçará para entender a arte nas comunidades e seus desdobramentos
-Fortalecimento
: Possibilidades de explorar a questão pictórica do stencil arte para propagar
e fortalecer as orientações pedagógicas em vista dos povos indígenas, povos
migrantes e educação antirracista.
Justificativa
Minha vivência de 24 anos na condição
de educador e artista urbano me trouxe clareza sobre o papel importante do
graffiti na formação da identidade e na expressão de jovens oriundos de
periferias urbanas. Celso Gitahy, em O que é graffiti (1999), apresenta a
trajetória do graffiti como uma forma de arte contemporânea, desmistificando
preconceitos e evidenciando seu potencial pedagógico, mais particularmente ao
abordar a relevância das oficinas “realizadas por artistas tais como Alex
Vallauri, as quais abriram espaços de aprendizado e experimentação artística”
(Gitahy, 1999, p. 71). Isto mostra a
necessidade de se legitimar o graffiti no âmbito escolar, ligando-o às
experiências dos estudantes, a fim de estimular a formação de sua autoes tima e
identidade.
Gabriela Leal, em sua pesquisa
etnográfica Cidade: modos de ler, usar e se apropriar, aprofunda a idéia do
graffiti como instrumento de reapropriação e de (re)construção do espaço
urbano. Propondo ser uma ferramenta pedagógica, o projeto busca transformar o
ambiente escolar em um espaço de acolhimento, em sincronia com a cultura urbana
da localidade, além de propiciar um laço enriquecedor entre escola, aluno e
comunidade. Somado a isto, a possibilidade de se discutir temas relevantes que representa
uma estratégia pedagógica de grande impacto: "As aproximações entre
graffiti e arte contemporânea perpassam a trajetória dessas práticas [...]
desde sua emergência na cidade de São Paulo "(Leal, 2023, pág.95).
A fundamentação teórica do projeto
embasa-se em autores que tratam do cruzamento entre arte, educação e prática
social no graffiti. A Teoria Triangular de Ana Mae Barbosa, com seus eixos de
apreciação, produção e contextualização, propõe um tratamento para o graffiti
como prática cultural e estética, ensejando discussões sobre identidade e
crítica social. Esse processo habilita a exploração de forma estruturada e
reflexiva do universo cultural dos alunos: “É uma educação crítica do
conhecimento construído pelo próprio aluno a educação cultural que se define no
sítio da triangulação” (Barbosa, 1998, p. 40). A interlocução com Armando Silva
e suas investigações sobre atmosferas urbanas, além da discussão de Walter
Benjamin sobre a reprodutibilidade técnica e o efeito metamórfico da arte,
favorecem o posicionamento do graffiti como prática educativa crítica, que pode
propiciar formação estética e consciência social aos alunos.
A introdução do graffiti no currículo escolar
encontra respaldo no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que se refere
ao graffiti e à arte urbana como temas subjacentes à cultura contemporânea em
publicações destinadas ao ensino de arte nos anos iniciais e finais do ensino
fundamental e ensino médio. Esse contexto reafirma a pertinência de um projeto
que sugere a introdução do graffiti na formação estética dos alunos, reforçando
ainda mais o espaço da escola como lugar de cidadania.
Em síntese, este projeto sustenta a
proposta do graffiti como expressão artística e cultural legítima, conversando
diretamente com a realidade dos alunos, se colocando como instrumento para
fortalecer as orientações pedagógicas da rede municipal de ensino. Levar o
graffiti para a sala de aula é mais do que uma prática artística: é uma
ferramenta para construir identidade, um sentido crítico e a sensação de
pertencimento dos estudantes. Diante disso, apresenta-se como uma contribuição
substantiva para a pesquisa acadêmica e a própria prática educacional,
legitimando o graffiti como prática inclusiva e transformadora.
Fundamentação teórica
Como professor-artista transito entre
criação artística e educação, adequando minha prática pedagógica a partir de
experiências no domínio das artes, balanceando os papéis tanto do artista
quanto do educador e, desse modo, atuando em um terreno instável, no qual em
muitas ocasiões me vejo como um experimentalista dos métodos de ensino. Assim á
fundamentação teórica é de grande importância, e em certa parte ainda esta em
aberto, podendo acrescentar ou suprir alguma referencia para melhor atender a
pesquisa
A fundamentação teórica do presente projeto está fundamentada em
pensadores que refletem a interseção entre arte, educação, sociedade e a
prática do graffiti. Celso Gitahy, no livro "O que é graffiti",
analisa os fundamentos do graffiti e evita preconceitos e estereótipos
usualmente associados à arte urbana. Discute as origens, características e a
presença do graffiti na contemporaneidade e nas escolas, sendo um momento de
registro histórico de sua chegada ao Brasil e de seus precursores . A obra de
Gabriela Leal muda a direção das práticas de graffiti, ao juntar uma pesquisa
etnográfica com descrições e reflexões densas sobre o ato de fazer graffiti.
Além disso, Ana Mae Barbosa, ao propor uma teoria triangular, abre espaço para
a fundamentação do graffiti em relação ao Ensino de Arte, atentos nos eixos da
apreciação, produção e contextualização. Tal visão possibilita perceber o
graffiti não somente como prática artística, mas como fenômeno cultural e
social, favorecendo discussões sobre identidade, crítica social e expressão
urbana, elementos essenciais para a legitimação do graffiti na educação.
Em "Atmosferas urbanas, grafite, arte pública, nichos
estéticos" (2014), Armando Silva propõe um diálogo dentro da coletânea sobre
expressões do graffiti e reflete sobre essas expressões, apresentando
considerações socioculturais a partir de suas observações de mais de 20 anos. O
autor menciona que "o graffiti nutre-se de momentos históricos, e seus
executores anônimos são os agentes que, portadores de certas características
pessoais ou grupais, materializam desejos e frustrações de uma
coletividade" (Silva,2014, p. 23). Walter Benjamin, também em sua reflexão
sobre a arte na era da reprodutibilidade técnica, coloca a arte no lugar da
transformação, e ao se afastar do conceito de autenticidade de arte, a função
da arte é ressignificada por uma nova prática que ele atribui à política
(Benjamin, 1959, p. 19).
Essa fundamentação é enriquecida por Rosa Iavelberg que, no seu trabalho
"Para gostar de aprender arte " (2003), ressalta a relevância da
aprendizagem de arte na formação dos professores, afirmando que "precisa
ser um estudante fascinado por arte" para transmitir aos alunos entusiasmo
e vontade de aprender" (Iavelberg, 2003, p. 12). Mírian Celeste Martins,
Gisa Picosque e Maria Terezinha Telles Guerra (2010), em Teoria e Prática do
Ensino da Arte, fornecem um importante referencial que articula fundamentação
teórica a exemplos práticos e metodologias que possibilitam ao professor
construir práticas mais reflexivas e articular as suas práticas à realidade da
vida dos alunos.
Completando este
referencial o currículo da cidade (2019)
e as orientações pedagógicas povos indígenas(2023), povos migrantes (2023) e
educação antirracista (2022) todos documentos referenciais e orientadores da
secretaria municipal de educação da cidade de são Paulo . É por meio destes
documentos que os docentes selecionam e
organizam os conteúdos para serem ministrados em sala de aula.
Esta
fundamentação teórica configura-se como uma base sólida que possibilita
o entendimento do graffiti, não apenas como manifestação artística, mas como
prática cultural e socialmente significativa. A partir das contribuições de
diferentes autores, apresentadas desde suas reflexões sobre o valor estético e
histórico do graffiti até seu papel em educação. Este referencial aprofunda-se
nas potencialidades do graffiti como ferramenta pedagógica e de expressão
urbana. Dessa forma, a pesquisa fundamenta-se na interface arte-educação,
reafirmando o papel transformador do Ensino da Arte. Na construção, essa
fundamentação ainda está aberta a novas referências, pois faz um movimento de
flexibilidade e atualização necessário, que enriquece a investigação e responde
as demandas da prática docente.
3- Metodologia
Neste projeto de mestrado, acredito
que uma metodologia que pode ser eficaz
é a Metodologia de Pesquisa-Ação, abordagem é especialmente adequada para
contextos educacionais e artísticos, permitindo integração teoria e prática, além de envolver ativamente
os participantes no processo de aprendizagem e pesquisa.
Estrutura
da Metodologia de Pesquisa-Ação:
a).
Planejamento:
- Definição do Problema: Analise questões
específicas ligadas à inserção do graffiti no ensino de arte, como as
restrições do uso de estiletes , manipulação de tintas e solventes e a
importância de uma análise crítica do ambiente urbano.
- Objetivos: Junto com orientadores vou
estipular metas , como estimular a criatividade dos alunos, promover uma
reflexão crítica acerca do espaço urbano e assegurar a prática segura do
graffiti em sala de aula.
b)
Ação:
- Intervenções Práticas: elaborar atividades
práticas, como workshops de graffiti que utilizem técnicas de stencil. Essas
atividades devem ser executadas junto aos alunos a fim de registrar suas
reações, suas manifestações de engajamento e os desafios que enfrentam.
-Criação
de Projetos Artísticos: Incentivar os alunos a realizarem projetos
colaborativos que exploram questões sociais e culturais significativas,
promovendo a expressão artística e o trabalho em equipe.
c).
Observação:
- Registro e Documentação: Durante as
atividades, manter um registro das
práticas, reações dos alunos e resultados das intervenções. Isso pode incluir
anotações, fotografias, vídeos e reflexões sobre o processo.
-Feedback e Reflexão: Após cada atividade,
promover momentos de reflexão com os alunos, permitindo que compartilhem suas
experiências, opiniões e aprendizados. Essa troca de feedback é essencial para
ajustar as intervenções futuras.
d).
Análise:
- Análise dos Dados: Examinar as informações
coletadas durante as atividades, identificando padrões, desafios e sucessos.
Essa análise permitirá uma compreensão mais profunda de como o graffiti foi
integrado ao ensino de arte e seu impacto na aprendizagem.
- Reflexão Teórica: Relacionar as
observações práticas com a fundamentação teórica, incorporando as contribuições
de Ana Mae Barbosa e Walter Benjamin para sustentar suas conclusões.
e).
Ajustes e Redefinições:
- Revisão do Planejamento: Com base nas
análises e reflexões realizadas, fazer ajustes no planejamento das futuras
intervenções, com o objetivo de aprimorar continuamente a prática pedagógica e
a integração do graffiti no ensino de arte.
Cronograma
Sugestão
de cronograma, podendo ser adaptado e alterado conforme o programa
Atividades
|
2025
|
2026
|
1° semestre
|
2°
semestre
|
3°
semestre
|
4°
semestre
|
Revisão Bibliográfica
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Definição Projeto de Pesquisa/objetivos
|
X
|
|
|
|
Disciplinas obrigatórias
|
X
|
X
|
x
|
|
Disciplinas eletivas/ optativas
|
|
x
|
x
|
|
Pesquisa de campo / sala de
aula / escola
|
x
|
x
|
x
|
|
Elaboração dos Instrumentos de pesquisa para coleta de dados
|
|
x
|
x
|
|
Coleta de dados
|
x
|
x
|
x
|
|
Análise de dados
|
|
x
|
x
|
|
Grupos de pesquisa
|
x
|
x
|
x
|
|
Desenvolvimento de trabalho artístico
|
x
|
x
|
x
|
x
|
Qualificação da dissertação
|
|
|
x
|
|
Redação Final
|
|
|
x
|
x
|
Escrever artigos
|
x
|
x
|
x
|
|
Defesa da dissertação
|
|
|
|
x
|
Referencias
BARBOSA,
Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.
BARBOSA, Ana
Mae. Tópicos Utópicos. Belo
Horizonte: C/Arte, 1998.
BENJAMIN,
Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In:
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre
literatura e história da cultura. 8, ed. São Paulo: Brasiliense,
2012.
Currículo da Cidade/Arte.São Paulo: SME/COPED,
2019.
Educação antirracista: Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: orientações pedagógicas : povos
afro-brasileiros. – versão atualizada. – São Paulo : SME / COPED, 2022.
GITAHY,
Celso. O que é graffiti. São Paulo. Ed Brasiliense. 1999.
IAVELBERG,Rosa.
Para gostar de aprender arte. São Paulo: Ed. Artmed, 2003
LAZZARIN, Luís Fernando.Grafite e o Ensino da Arte
Educação & Realidade, vol. 32, núm. 1, enero-junio, 2007,
LEAL, Gabriela.Cidade modos de ler, usar e se
apropriar.São Paulo: Ed. Funilaria,2023.
MARTINS;
PICOSQUE; GUERRA, Teoria e prática do ensino da arte.São Paulo:Ed. FTD, 2010.
Obra
de Alex Vallauri pode estimular produção de grafites na escola Disponivel em :
https
://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/podcasts/obra-de-alex-vallauri-pode-estimular-producao-de-grafite-na-escola/
. Acessado em 20 de set. 2024.
Povos Indígenas : Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: orientações pedagógicas : povos indigenas. – São Paulo : SME / COPED, 2023.
Povos Migrantes: Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: orientações pedagógicas : povos migrantes. – São Paulo : SME / COPED, 2023.
SILVA,
Armando .Atmosferas urbanas, São Paulo Ed. SESC . 2024.
UTUARI,
Silange. Encontros com Arte e Cultura.
São Paulo: FTD, 2012.