quarta-feira, 23 de julho de 2025

 I CONGRESSO PROFARTES 


INTRODUÇÃO

 

Neste campo, apresente as ideias gerais do seu texto. Observe que TODO o texto já se encontra estruturado, o que significa que você pode simplesmente substituir o texto deste modelo pelo seu, evitando problemas de formatação.

Para a apresentação das ideias gerais, introduza a pessoa que está lendo às razões que: sustentam a escolha do tema; esclarecem a relação que você pretende estabelecer com os autores e/ou conceitos; e compartilham a abordagem que você escolheu para realizar essa tarefa.

Essas razões devem ser expostas de forma simples e objetiva, com clareza suficiente para que qualquer leitor seja capaz de compreender suas motivações para a seleção do tema.. Lembre-se que:

 

Na interpretação pessoal, nosso subjetivo junta-se ao objetivo, pois cada um de nós entra com sua própria experiência de vida, seus valores e suas aspirações. E como cada pessoa constitui um ser único, com uma experiência de vida também única, as interpretações que dará serão sempre diferentes das de outras pessoas. (Ostrower, 2004, p. 25-6).

 

 

Como no exemplo acima, ao fazer uso de citações diretas compostas por mais de quatro linhas, a formatação apresentada deve ter recuo de 4 cm e fonte 10, com espaçamento simples. Todo o restante do texto deverá ser digitado em Times New Roman 12, com espaçamento 1,5 e abertura de parágrafo também de 1,5 cm. Atenção para os exemplos DESTE MODELO, que acompanham as normas da ABNT e estão PRONTOS para que você ajuste ao seu texto.

Para manter uma estrutura ordenada e de leitura dinâmica, evite parágrafos muito longos e com uma única sentença. O ideal é que cada parágrafo tenha duas sentenças em sua composição, sendo aceitável três ou quatro se elas forem pequenas e/ou se o assunto assim permitir.

Todo este texto, deve ter o mínimo de duas páginas e o máximo de quatro páginas, então, os campos que o constituem deverão ter uma dimensão proporcional à totalidade do texto completo. Além desta introdução com a justificativa de sua proposta, você apresentará a seguir os objetivos e a metodologia e/ou procedimentos e/ou etapas de construção de seu trabalho final de curso (o item pode ser acrescido de expressão para compor o título – veja no modelo). O penúltimo item deste resumo expandido se volta para as considerações de seu projeto, que neste caso, envolvem as expectativas que serão alcançadas com o final de sua pesquisa.

Para auxiliar o(a) leitor(a) a compreender seu processo formativo, finalize o campo de introdução com a questão que motivou a realização desta pesquisa a partir do tema: você compreende a importância de apresentar essa questão? O último item deste resumo expandido é o de referências, ou seja, a apresentação em ordem alfabética das autoras e autores, sites, filmes ou qualquer outro recurso utilizado como fonte de informação e citado no corpo do trabalho. Referências não são o mesmo que bibliografia.

 

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

-          Apresente aqui o objetivo geral de sua pesquisa.

Objetivos específicos:

-          Apresente aqui os objetivos específicos de sua pesquisa.

-          [...]

 

METODOLOGIA: exemplificando o que vou fazer se eu quiser e puder

Neste campo, apresente os princípios básicos que você pretende seguir para o desenvolvimento de sua metodologia e/ou procedimentos e/ou etapas de construção de seu trabalho final de curso. Você pode utilizar as referências que considere importantes para enriquecer sua apresentação, como fontes de produções audiovisuais, revistas, livros, capítulos, aulas, palestras, etc.

Independentemente da referência que utilizar, sempre a indique junto ao texto. Lembre-se de seguir as normas da ABNT para as citações indiretas, inclua sobrenome e data (Sobrenome, ano); para citações diretas, acrescente também a página (Sobrenome, ano, p. x).

As citações diretas com até três linhas devem ser inseridas no parágrafo, entre aspas, “como exemplificado neste modelo, com a indicação da referência direta e paginada” (Sobrenome, ano, p. x). Caso utilize imagens, identifique-as como Figura 1, Figura 2, etc., descrevendo-as no corpo do parágrafo e indicando a relação delas com o tema do artigo ou o motivo de sua inclusão.

 

Figura 1: Patrizia D'Angello (São Paulo, 19??). Volúpia, 2011. Aquarela s/papel, s.m.[1]

https://d2yzvs8qffn37r.cloudfront.net/wp-content/uploads/2012/05/Vol%C3%BApia_1.jpg

Fonte: D’Angelo, 2011.

 

Utilize no máximo duas imagens em seu resumo expandido, caso seja necessário utilizar, e atenção ao dimensionar a mesma no seu trabalho, evitando que ela interrompa a estrutura do texto deixando um vácuo entre uma página e outra. Vale destacar que a formatação dos textos que compõem a imagem também devem ser Times New Roman 10, em espaço simples.

Observe que no campo Figura, você pode ou não descrever a mesma, depende se já o fez no texto. De qualquer modo, é necessário dar a referência dela: autoria, tipo de imagem, medidas, material e data, caso tenha acesso a todas essas informações. No campo Fonte, abaixo da imagem, você deve indicar de onde a tirou. Se for um livro, pode indicar com Sobrenome, data, página. E incluir o mesmo nas referências[2], ao final deste resumo expandido.

Como você pode perceber, há o uso de notas de rodapé no texto, que o editor de texto organiza automaticamente em acordo com o uso e inclusão de cada nova nota. As notas de rodapé devem ser utilizadas para compartilhar com o leitor informações que contribuam para a compreensão da proposta que você vem discutindo, mas que necessariamente, não precisam fazer parte efetiva do corpo do texto.

Quantas páginas devem compor esse item do artigo? Depende da estrutura total de seu trabalho: como o organizou, que elementos está apresentando etc., porém, respeite o limite de páginas.

 

CONSIDERAÇÕES

Este é o campo final de seu resumo expandido para o evento. Aqui você apresentará à pessoa que está lendo seu texto, suas expectativas em relação à investigação que já começou a realizar ou que está sendo estruturada para desenvolvimento. Lembre-se de que sua pesquisa envolve e se sustenta na SUA prática docente em sala de aula, com o componente curricular Arte. Jamais se esqueça disso.

Este campo do Resumo Expandido não deve ser maior que aquele utilizado para a introdução DESTE trabalho, pois você está encerrando sua escrita, apresentando suas expectativas e ainda há muito a se construir até o final de seu percurso formativo. Encerre seu texto de modo harmonioso e coerente com o desenvolvimento de seu trabalho e, procure manter a formatação utilizada no modelo.

 

REFERÊNCIAS

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. 24. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

 

D’Angelo, Patrizia. [Perfil no Instagram]. Instagram, 2024. Disponível em: https://www.instagram.com/patrizia.dangello/. Acesso em: 10 nov. 2024.

 

- - - - -

 

Modelos de referências – CONSULTAR A NORMA ATUAL:

 

Consulte TAMBÉM os links de auxílio à normatização de Trabalhos Acadêmicos no site da Biblioteca da sua Instituição, como aquele disponibilizado neste modelo, na nota de rodapé 2.

Atenção!

As referências são apresentadas sequencialmente, em ordem alfabética. Não faça campos separando o material. A separação apresentada aqui é para exemplificar alguns casos.

 

Livro

SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Local: Editora, data.

 

Capítulo de Livro

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo: subtítulo. In: SOBRENOME, Nome. Título do livro. Local: Editora, data. Páginas inicial-final do capítulo.

 

Dissertação e Tese

SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Data de defesa. Total de páginas ou folhas. Dissertação ou Tese (Mestrado ou Doutorado em área de concentração) - Departamento ou Centro, Instituição, Local, data de publicação.

 

Trabalho apresentado em eventos - congressos, simpósios, encontros entre outros

SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: TÍTULO DO EVENTO, nº., data, Local de realização. Anais... ou Resumos... Local de publicação: Editora, data. páginas inicial-final do trabalho.

 

Artigo de Revista

SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico, Local, volume, número, páginas inicial-final do artigo, data

 

Documento online

SOBRENOME, Nome ou AUTORIA INSTITUCIONAL ou entrada pelo TÍTULO (se não houver autoria). Título. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: data.

 

Imagem em movimento

TÍTULO. Subtítulo. Responsável. Local (país), Produtora, Distribuidora, data. Especificação do suporte em unidades fisicas, som, cor. Largura em milímetros. Título original. Legenda.

 

Programas de radio/televisão

TÍTULO. Apresentador. Local: Emissora, data (dia, mês e ano), horário. Duração. Entrevistado.

 

 



[1] Utilizar um padrão para a Ficha Técnica das imagens: Nome do Artista (Local de nascimento, ano - Local de morte se morreu e se é diferente do local de nascimento, ano). Título da obra se houver, ano de criação. Técnica utilizada, medidas.

[2] Manual de Trabalhos Acadêmicos segundo a NBR 6023/2018, Disponível em: https://bibliotecas.ufms.br/manual-de-referencias-segundo-a-nbr-6023-2018/. Acesso em: 12 abr. 2022.

 

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Instituto de artes

Mestrado Profissional em Artes – 2025

 

 

 

 

 

 

Paulo Jose de Sousa

 

 

 

Graffiti na escola: Stencil e narrativas visuais

 

 

 

 

 

 

 

São Paulo

2024

Paulo José de Sousa

pjss32@yahoo.com.br

Local de trabalho: EMEF DOM Paulo Rolim Loureiro – São Paulo  SP

 

Resumo

 

Este projeto tem como objetivo o estudo da utilização do graffiti como uma ferramenta pedagógica inovadora e crítica para o ensino da arte na educação formal, focando a técnica do stencil arte adaptada a um ambiente escolar. Propõe-se investigar, o modo pelo qual o graffiti, como elemento da   cultura urbana,marginal e efêmero, pode ser abordado como uma atividade realizada no contexto escolar e utilizada para discutir temas de identidade, pertencimento e crítica social. Embasado na abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, propõe-se articular o fazer artístico , a apreciação e a contextualização, adaptando materiais e técnicas para um espaço seguro e acessível. A pesquisa problematiza as barreiras e as possibilidades de implementação do graffiti, abordando o protagonismo juvenil e a relação arte-comunidade, visando discutir a arte urbana como uma ferramenta de transformação do processo de ensino-aprendizagem.

 

Linha de Pesquisa : Processos de ensino, aprendizagem e criação em arte

 

Palavras chaves: Arte educação, Graffiti, stencil Arte,

 

 

 

 

São Paulo

2024

Introdução

 

           O graffiti , sem dúvida uma das manifestações mais originais e influentes do mundo da arte contemporânea, tem conquistado cada vez mais espaço para adentrar nos ambientes educativos, especialmente no contexto da arte-educação. Tendo surgido nas ruas e associado a movimentos culturais urbanos, o graffiti pode ser considerado uma linguagem visual de grande impacto na sociedade contemporânea, inserida também entre as paredes dos museus, galeria e escolas.

          No Brasil, a partir do final dos anos 1970, o graffiti se estabeleceu em duas vertentes principais: uma vinculada aos grupos que curtiam rap, breackdance que mais tarde seria o  movimento hip hop, que floresceu nas periferias, e outra relacionada com alguns artistas plásticos que moram fora do Brasil nos anos 70 e ou vindos de universidades e pra cá trouxeram um pouco do contexto artístico de grandes metrópoles como Paris, Nova Iorque, Londres, estes artistas adaptaram as  técnicas, conceito  e procedimentos para um contexto mais artístico e experimental aqui no Brasil. “[...] realizadas por um grupo diverso de artistas e coletivos de artes, com destaque para Alex Vallauri, ao longo da etnografia , ficou evidente que o reconhecimento desta influencia esta longe de ser unânime  entre quem pinta na rua, contudo é possivel identificar, hoje, a persistência de alguns de seus desdobramentos. (Leal -2023, pg 71) [...] seus autores eram sobretudo artistas da classe média e alta, egressos de universidades de referencia para o campo artístico paulistano, e buscavam estimular a discussão da arte publica para além dos espaços institucionais ( Leal-2023, pg 72).

           Com base nessa diversidade de influências, meu trabalho ao longo de 30 anos com graffiti tanto produzindo nas ruas como em ações de educação não formal em projetos culturais e sociais, alterno entre meu fazer artístico e a educação. De maneira que minhas experiências pessoais no mundo da arte se tornam uma base fluida, diretamente engajada na minha prática pedagógica, pois entendo que  o professor de arte deve ser, acima de tudo, um criador em ato, pois, ao desenvolver seu processo artístico, ele aquece a situação de ensino e aprendizagem. Assim minha influencia e prática comunga com a segunda vertente citada acima que é o graffiti stencil arte ou também chamado de máscara e o graffiti a mão livre   é esta prática que levo para a sala de aula. “ [...] foram criados basicamente , tres estilos:  Estilo das máscaras – escola Vallauriana, o estilo americano – ligado ao movimento hip hop, e o estilo a mão livre – escola Keith Haring” (Githay, 1999 pg. 71)

          Nos últimos 14 anos, atuando no ensino publico do fundamental e médio, tenho adaptado minha prática pedagógica para incorporar o graffiti ao currículo escolar, utilizando como principal proposta a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa. Essa abordagem, que articula o fazer artístico, a leitura de imagens e a contextualização, permite que o graffiti seja explorado tanto como forma de expressão artística quanto como uma ferramenta crítica e social. [...] aprendizagem por três ações mentalmente e sensorialmente básicas, quais sejam: Criação (fazer artístico), leitura da obra de arte e contextualização.” (BARBOSA, 1998, p. 34).

               Aqui cabe ressaltar  dois pontos fundamentas : 1º que meu campo de pesquisa é uma  escola  da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo , portanto qualquer atividade proposta deve ser orientada pelo currículo da cidade e as orientações pedagógicas que são : orientações  pedagógicas  povos indígenas, povos migrantes e educação antirracista. 2º Minha abordagem no campo da arte  explora a vertente stencil arte, máscara e a mão livre.

            De que maneiras pode  o graffiti stencil arte  ser vinculado de modo seguro, educativo e culturalmente pertinente no processo de aprendizagem em arte do ensino formal? Essa questão orienta minha pesquisa, porquanto a prática pedagógica da arte-educação exige o ajuste do fazer  graffiti para o ambiente escolar, superando  barreiras como a impossibilidade de uso de alguns materiais  pelos alunos como as tintas a base de thiner, solventes e estiletes  , materiais essenciais para a técnica do stencil arte .

           Outra  questão que necessita pesquisar , a dificuldade de trabalhar o graffiti, uma linguagem visual urbana de raízes culturais e sociais das ruas, marginal, questionador , livre  e contemporâneo. Assim levanta-se a demanda para se desenvolver métodos de ensino que tornem possível a exploração criativa e estética dos alunos, respeitando as demandas de segurança e ao mesmo tempo, promovendo uma reflexão sobre o lugar da arte urbana na sociedade, além de se referenciar nos  documentos de orientações pedagógicas da secretaria municipal de educação da cidade de São Paulo, que são : Orientações pedagógicas Povos Migrantes, Povos Indígenas e Educação antirracista, que seguem os  conceitos orientadores de  Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva.

            Por meio de experimentos em sala de aula, já desenvolvemos técnicas  alternativas que substitui o uso de estiletes por uma combinação de materiais de fácil manuseio, como papel cartão, acetato, cola, vinil autocolante e tule, permitindo a criação de stencil seguros e práticos. Nesta pesquisa, proponho continuar a investigar o graffiti como um instrumento no processo de ensino e aprendizagem em arte, com ênfase na técnica do stencil arte, que desenvolvo há anos com os estudantes. Este trabalho abrange a construção colaborativa de suportes para o stencil e novas formas de pintura, já tivemos boas experiências neste sentido , como a técnica do carimbo pixel arte , onde temos um bastão / carimbo que produz quadrados de 3x3cm e compõe imagens em grandes formatos na parede e criação de stencil que não necessita de estiletes, assim como tinta spray automotiva e solventes a base de thiner .

            Estas experiências práticas tem sido fundamentais para o desenvolvimento da criatividade e da expressão dos estudantes, além de propor condições para uma reflexão crítica sobre a arte urbana e a sua relação com a sociedade  abordando questões contemporâneas como povos indígenas, migrações  e educação antirracista.Neste sentido temos diversas publicações didáticas  do PNLD / MEC que abordam o graffiti em seu conteúdo como a série da editora moderna “superação arte” – 9º ano que reserva aproximadamente 1/4 do conteúdo abordando arte urbana /graffiti da mesma forma a série “diálogos arte” 5º ano  da editora ática que dos 4 capitulos da obra ,  reserva um inteiramente voltado para as artes visuais produzidas nas ruas.

        A inovação da minha pesquisa reside na proposta de uma nova abordagem, a do graffiti como um instrumento pedagógico ao ensino formal de arte, em especial ao ensino fundamental, explorando-o em termos do seu potencial para provocar o olhar crítico e sensível dos alunos sobre os aspectos do seu ambiente social e cultural, a investigação se propõe apresentar como o graffiti pode ser uma ponte de enriquecimento curricular da escola, para além dos preconceitos e estigmas que o ligam ao vandalismo. O aspecto inovador da pesquisa está na adaptação das técnicas de graffiti stencil arte ao ambiente escolar, discutindo-se sobre seu aspecto estético e conceitual na arte contemporânea tendo como referencia as orientações pedagógicas povos migrantes, povos indígenas e educação antirracista . Outro aspecto essencial é o da análise dos desafios práticos e metodológicos que presume esta inserção, o que envolve questões de segurança, de espaço e de adaptação de materiais, visando a uma prática inclusiva e acessível a todos os estudantes.

           Por fim, a pesquisa propõe ampliar o alcance da proposta do graffiti para além da escola, a fim de conectar escola e comunidade da utilização da arte como um meio de expressão  e  envolvimento social. Característica esta que é importante, pois propõe o uso do graffiti na construção de uma arte que reflita a realidade local, estimula o senso crítico dos alunos em relação as questões locais culturais e sociais.

          

 

 

Objetivo geral

Pesquisar a atuação do graffiti stencil arte enquanto uma forma de expressão artística e cultural dentro do ambiente escolar, analisando suas vertentes, para entender como esta prática pode ser inserida no currículo educacional, rompendo com preconceitos, promovendo retorno ao protagonismo do aluno, abordando questões sociais.

objetivos específicos.

 - A Legitimidade do Graffiti na Educação: investigar como o graffiti pode ser considerado uma forma de expressão artística e cultural no contexto escolar, assim como carregar os preconceitos e aproximações negativas atribuídos ao mesmo e ao vandalismo.

- As Vertentes do Graffiti: Analisar as vertentes da escola Valauriana e o estilo de mão livre de Keith Haring, a fim de procurar suas características estética e conceituais. A pesquisa se detêm em quais aspectos dessas formas podem ser inseridos no currículo escolar e reportar-se à arte contemporânea.

- A Pedagogia do Graffiti: Analisar o graffiti enquanto uma ferramenta pedagógica ao giro em torno de uma discussão em torno a questões sociais e identitárias onde o protagonismo do estudante está investido nesta discussão.

- As limitações e desafios de sua implementação:  Estudar as especificidades técnicas, metodológicas e éticas em torno da introdução do graffiti na escola. Há aqui problemas de ordem prática como espaço, segurança, acesso aos materiais, além de como contornar para viabilizar essa atividade de graffiti na escola.

- A Ligação da Arte com a Comunidade: Investigar como o graffiti pode ser articulado a dica confluência entre a escola e a comunidade permitindo aos estudantes se envolverem em projetos que levem em conta questões locais e sociais. A pesquisa se esforçará para entender a arte nas comunidades e seus desdobramentos

-Fortalecimento : Possibilidades de explorar a questão pictórica do stencil arte para propagar e fortalecer as orientações pedagógicas em vista dos povos indígenas, povos migrantes e educação antirracista.

 

Justificativa

         Minha vivência de 24 anos na condição de educador e artista urbano me trouxe clareza sobre o papel importante do graffiti na formação da identidade e na expressão de jovens oriundos de periferias urbanas. Celso Gitahy, em O que é graffiti (1999), apresenta a trajetória do graffiti como uma forma de arte contemporânea, desmistificando preconceitos e evidenciando seu potencial pedagógico, mais particularmente ao abordar a relevância das oficinas “realizadas por artistas tais como Alex Vallauri, as quais abriram espaços de aprendizado e experimentação artística” (Gitahy,  1999, p. 71). Isto mostra a necessidade de se legitimar o graffiti no âmbito escolar, ligando-o às experiências dos estudantes, a fim de estimular a formação de sua autoes tima e identidade.

         Gabriela Leal, em sua pesquisa etnográfica Cidade: modos de ler, usar e se apropriar, aprofunda a idéia do graffiti como instrumento de reapropriação e de (re)construção do espaço urbano. Propondo ser uma ferramenta pedagógica, o projeto busca transformar o ambiente escolar em um espaço de acolhimento, em sincronia com a cultura urbana da localidade, além de propiciar um laço enriquecedor entre escola, aluno e comunidade. Somado a isto, a possibilidade de se discutir temas relevantes que representa uma estratégia pedagógica de grande impacto: "As aproximações entre graffiti e arte contemporânea perpassam a trajetória dessas práticas [...] desde sua emergência na cidade de São Paulo "(Leal, 2023, pág.95).

          A fundamentação teórica do projeto embasa-se em autores que tratam do cruzamento entre arte, educação e prática social no graffiti. A Teoria Triangular de Ana Mae Barbosa, com seus eixos de apreciação, produção e contextualização, propõe um tratamento para o graffiti como prática cultural e estética, ensejando discussões sobre identidade e crítica social. Esse processo habilita a exploração de forma estruturada e reflexiva do universo cultural dos alunos: “É uma educação crítica do conhecimento construído pelo próprio aluno a educação cultural que se define no sítio da triangulação” (Barbosa, 1998, p. 40). A interlocução com Armando Silva e suas investigações sobre atmosferas urbanas, além da discussão de Walter Benjamin sobre a reprodutibilidade técnica e o efeito metamórfico da arte, favorecem o posicionamento do graffiti como prática educativa crítica, que pode propiciar formação estética e consciência social aos alunos.

         

         A introdução do graffiti no currículo escolar encontra respaldo no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que se refere ao graffiti e à arte urbana como temas subjacentes à cultura contemporânea em publicações destinadas ao ensino de arte nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio. Esse contexto reafirma a pertinência de um projeto que sugere a introdução do graffiti na formação estética dos alunos, reforçando ainda mais o espaço da escola como lugar de cidadania.

          Em síntese, este projeto sustenta a proposta do graffiti como expressão artística e cultural legítima, conversando diretamente com a realidade dos alunos, se colocando como instrumento para fortalecer as orientações pedagógicas da rede municipal de ensino. Levar o graffiti para a sala de aula é mais do que uma prática artística: é uma ferramenta para construir identidade, um sentido crítico e a sensação de pertencimento dos estudantes. Diante disso, apresenta-se como uma contribuição substantiva para a pesquisa acadêmica e a própria prática educacional, legitimando o graffiti como prática inclusiva e transformadora.

 

Fundamentação teórica

 

          Como professor-artista transito entre criação artística e educação, adequando minha prática pedagógica a partir de experiências no domínio das artes, balanceando os papéis tanto do artista quanto do educador e, desse modo, atuando em um terreno instável, no qual em muitas ocasiões me vejo como um experimentalista dos métodos de ensino. Assim á fundamentação teórica é de grande importância, e em certa parte ainda esta em aberto, podendo acrescentar ou suprir alguma referencia para melhor atender a pesquisa

        A fundamentação teórica do presente projeto está fundamentada em pensadores que refletem a interseção entre arte, educação, sociedade e a prática do graffiti. Celso Gitahy, no livro "O que é graffiti", analisa os fundamentos do graffiti e evita preconceitos e estereótipos usualmente associados à arte urbana. Discute as origens, características e a presença do graffiti na contemporaneidade e nas escolas, sendo um momento de registro histórico de sua chegada ao Brasil e de seus precursores . A obra de Gabriela Leal muda a direção das práticas de graffiti, ao juntar uma pesquisa etnográfica com descrições e reflexões densas sobre o ato de fazer graffiti. Além disso, Ana Mae Barbosa, ao propor uma teoria triangular, abre espaço para a fundamentação do graffiti em relação ao Ensino de Arte, atentos nos eixos da apreciação, produção e contextualização. Tal visão possibilita perceber o graffiti não somente como prática artística, mas como fenômeno cultural e social, favorecendo discussões sobre identidade, crítica social e expressão urbana, elementos essenciais para a legitimação do graffiti na educação.

        Em "Atmosferas urbanas, grafite, arte pública, nichos estéticos" (2014), Armando Silva propõe um diálogo dentro da coletânea sobre expressões do graffiti e reflete sobre essas expressões, apresentando considerações socioculturais a partir de suas observações de mais de 20 anos. O autor menciona que "o graffiti nutre-se de momentos históricos, e seus executores anônimos são os agentes que, portadores de certas características pessoais ou grupais, materializam desejos e frustrações de uma coletividade" (Silva,2014, p. 23). Walter Benjamin, também em sua reflexão sobre a arte na era da reprodutibilidade técnica, coloca a arte no lugar da transformação, e ao se afastar do conceito de autenticidade de arte, a função da arte é ressignificada por uma nova prática que ele atribui à política (Benjamin, 1959, p. 19).

         Essa fundamentação é enriquecida por Rosa Iavelberg que, no seu trabalho "Para gostar de aprender arte " (2003), ressalta a relevância da aprendizagem de arte na formação dos professores, afirmando que "precisa ser um estudante fascinado por arte" para transmitir aos alunos entusiasmo e vontade de aprender" (Iavelberg, 2003, p. 12). Mírian Celeste Martins, Gisa Picosque e Maria Terezinha Telles Guerra (2010), em Teoria e Prática do Ensino da Arte, fornecem um importante referencial que articula fundamentação teórica a exemplos práticos e metodologias que possibilitam ao professor construir práticas mais reflexivas e articular as suas práticas à realidade da vida dos alunos.

          Completando este referencial  o currículo da cidade (2019) e as orientações pedagógicas povos indígenas(2023), povos migrantes (2023) e educação antirracista (2022) todos documentos referenciais e orientadores da secretaria municipal de educação da cidade de são Paulo . É por meio destes documentos  que os docentes selecionam e organizam os conteúdos para serem ministrados em sala de aula.

 

            Esta  fundamentação teórica configura-se como uma base sólida que possibilita o entendimento do graffiti, não apenas como manifestação artística, mas como prática cultural e socialmente significativa. A partir das contribuições de diferentes autores, apresentadas desde suas reflexões sobre o valor estético e histórico do graffiti até seu papel em educação. Este referencial aprofunda-se nas potencialidades do graffiti como ferramenta pedagógica e de expressão urbana. Dessa forma, a pesquisa fundamenta-se na interface arte-educação, reafirmando o papel transformador do Ensino da Arte. Na construção, essa fundamentação ainda está aberta a novas referências, pois faz um movimento de flexibilidade e atualização necessário, que enriquece a investigação e responde as demandas da prática docente.

  

3- Metodologia

 

       Neste projeto de mestrado, acredito que  uma metodologia que pode ser eficaz é a Metodologia de Pesquisa-Ação, abordagem é especialmente adequada para contextos educacionais e artísticos, permitindo integração  teoria e prática, além de envolver ativamente os participantes no processo de aprendizagem e pesquisa.

Estrutura da Metodologia de Pesquisa-Ação:

a). Planejamento:

   - Definição do Problema: Analise questões específicas ligadas à inserção do graffiti no ensino de arte, como as restrições do uso de estiletes , manipulação de tintas e solventes e a importância de uma análise crítica do ambiente urbano.

   - Objetivos: Junto com orientadores vou estipular metas , como estimular a criatividade dos alunos, promover uma reflexão crítica acerca do espaço urbano e assegurar a prática segura do graffiti em sala de aula.

b) Ação:

   - Intervenções Práticas: elaborar atividades práticas, como workshops de graffiti que utilizem técnicas de stencil. Essas atividades devem ser executadas junto aos alunos a fim de registrar suas reações, suas manifestações de engajamento e os desafios que enfrentam.

-Criação de Projetos Artísticos: Incentivar os alunos a realizarem projetos colaborativos que exploram questões sociais e culturais significativas, promovendo a expressão artística e o trabalho em equipe.

c). Observação:

   - Registro e Documentação: Durante as atividades, manter um registro  das práticas, reações dos alunos e resultados das intervenções. Isso pode incluir anotações, fotografias, vídeos e reflexões sobre o processo.

   -Feedback e Reflexão: Após cada atividade, promover momentos de reflexão com os alunos, permitindo que compartilhem suas experiências, opiniões e aprendizados. Essa troca de feedback é essencial para ajustar as intervenções futuras.

d). Análise:

   - Análise dos Dados: Examinar as informações coletadas durante as atividades, identificando padrões, desafios e sucessos. Essa análise permitirá uma compreensão mais profunda de como o graffiti foi integrado ao ensino de arte e seu impacto na aprendizagem.

   - Reflexão Teórica: Relacionar as observações práticas com a fundamentação teórica, incorporando as contribuições de Ana Mae Barbosa e Walter Benjamin para sustentar suas conclusões.

e). Ajustes e Redefinições:

   - Revisão do Planejamento: Com base nas análises e reflexões realizadas, fazer ajustes no planejamento das futuras intervenções, com o objetivo de aprimorar continuamente a prática pedagógica e a integração do graffiti no ensino de arte.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cronograma

Sugestão de cronograma, podendo ser adaptado e alterado conforme o programa

       

          Atividades

2025

2026

1° semestre

semestre

semestre

semestre

Revisão Bibliográfica

X

X

X

X

Definição Projeto de Pesquisa/objetivos

X

 

 

 

Disciplinas obrigatórias

X

X

x

 

Disciplinas eletivas/ optativas

 

x

x

 

Pesquisa  de campo / sala de aula / escola

x

x

x

 

Elaboração dos Instrumentos de pesquisa para coleta de dados

 

x

x

 

Coleta de dados

x

x

x

 

Análise de dados

 

x

x

 

Grupos de pesquisa

x

x

x

 

Desenvolvimento de trabalho artístico

x

x

x

x

Qualificação da dissertação

 

 

x

 

Redação Final

 

 

x

x

Escrever artigos

x

x

x

 

Defesa da dissertação

 

 

 

x

 

 

 

Referencias

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.

BARBOSA, Ana Mae. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 8, ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.

Currículo da Cidade/Arte.São Paulo: SME/COPED, 2019.

Educação antirracista: Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: orientações pedagógicas : povos afro-brasileiros. – versão atualizada. – São Paulo : SME / COPED, 2022.

GITAHY, Celso. O que é graffiti. São Paulo. Ed Brasiliense. 1999.

IAVELBERG,Rosa. Para gostar de aprender arte. São Paulo: Ed. Artmed, 2003

LAZZARIN, Luís Fernando.Grafite e o Ensino da Arte Educação & Realidade, vol. 32, núm. 1, enero-junio, 2007,

LEAL, Gabriela.Cidade modos de ler, usar e se apropriar.São Paulo: Ed. Funilaria,2023.

MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, Teoria e prática do ensino da arte.São Paulo:Ed. FTD, 2010.

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  I CONGRESSO PROFARTES  INTRODUÇÃO   Neste campo, apresente as ideias gerais do seu texto. Observe que TODO o texto já se encontra es...