terça-feira, 9 de julho de 2024

Arte educação no âmbito da educação não formal

 

Arte educação no âmbito da educação não formal

Paulo Jose de Sousa¹

Resumo: A Educação não formal que se caracteriza pela flexibilidade dos conteúdos e metodologias, interação com linguagens diversas, relação prazerosa com o processo de aprendizagem, capacidade de trabalho com a diversidade etária e não tem a formalidade, estruturação e legalidade  da educação formal vem sendo utilizada por organizações do terceiro setor e órgãos governamentais como instrumento pedagógico em  processos educativos diversos. A educação não formal encontra na arte educação um instrumento poderoso  no processo de compreensão da natureza humana, usando-a como subsidio para a reflexão crítica de tudo que está a sua volta, alem de explorá-la como elemento de expressão cultural, instrumento lúdico e aumento do repertório cultural dos educandos envolvidos no processo de aprendizagem .

Palavras Chaves: Arte Educação, Educação não Formal, Educador Social

Introdução

        A prática que hoje denominamos educação não formal , passou a ser percebida a partir da crise da educação formal de ensino, que se deu devido a um novo momento social onde as relações de família e trabalho foram sendo modificadas principalmente pela  participação da mulher no mercado de trabalho, em função disto a mulher se afastou um pouco de casa e consequentemente diminuiu sua participação no processo educativo dos filhos, fazendo com que a educação não formal fosse notada como mais uma opção educacional, passou-se a valorizar e potencializar processos de aprendizagem em grupos e perceber um grande valor na educação não formal, um ponto importante foi a redemocratização do pais no final dos anos oitenta , isto possibilitou o surgimento de ONGS, instituições sociais , fortalecimento de sindicatos e associações de trabalhadores , as ações desenvolvidas por estas instituições abriram um grande leque de possibilidades em atividades diversas, principalmente atividades artísticas ligadas a educação e a área social .

¹- Formado em arte pelo centro universitário Claretiano, atualmente  é professor de ensino fundamental e médio na prefeitura de São Paulo e na secretaria estadual de educação do estado de São Paulo.

 

       A Educação não formal que se caracteriza pela flexibilidade dos conteúdos e metodologias, interação com linguagens diversas, relação prazerosa com o processo de aprendizagem, capacidade de trabalho com a diversidade etária e não tem a formalidade, estruturação e legalidade  da educação formal vem sendo utilizada por organizações do terceiro setor e órgãos governamentais como instrumento pedagógico em  processos educativos diversos . Gohn (2005) afirma que  “a maior importância da educação não formal está na possibilidade de criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana passa pela educação não formal”.

          

         A educação não formal encontra na arte educação um instrumento poderoso no processo de compreensão da natureza humana, usando-a como subsidio para a reflexão crítica de tudo que está a sua volta, alem de explorá-la como elemento de expressão cultural, instrumento lúdico e aumento do repertório cultural dos educandos envolvidos no processo de aprendizagem.

             Na caracterização da área, a arte educação é definida nos PCNS  em suas dimensões de criação, apreciação, comunicação, constituindo-se em um espaço de reflexão e diálogo, e possibilitando aos alunos entender e posicionar-se diante dos conteúdos artísticos, estéticos e culturais incluindo as questões sociais presentes nos temas transversais.

 

          Particularmente tenho uma extensa experiência com a atividade artística no âmbito da educação não formal , num primeiro momento como educando em projetos da casa de cultura do Itaim Paulista, e nas oficinas culturais do estado de São Paulo, ambos projetos  são um marco no que diz respeito a atividade de arte educação , pois surgiram com a redemocratização no pais. A casa de cultura do Itaim Paulista , que foi implantada pela secretaria de cultura da prefeitura  num bairro localizado no extremo leste da cidade que sofre há muito tempo com o descaso do estado quanto a questões básicas de saúde, moradia, segurança , educação e cultura , foi a primeira casa de cultura da cidade , e naquele momento dos anos oitenta  configurou-se como um instrumento importante no processo  educativo , pois ofereceu a população a oportunidade de  participar efetivamente de atividade de teatro, dança, artes plásticas, música, circo e literatura , participei de diversas atividades nesta casa de cultura, tinha entre 12 e 14 anos , outro espaço fundamental foi a oficina cultural Luiz Gonzaga , implantada pela secretaria de cultura do estado, neste espaço participei de diversas oficinas de artes, e foram determinantes para minha escolha de profissão, pois desde esta época já queria trabalhar com arte

 

               Anos depois de participar como educando, após uma formação técnica em comunicação visual  e uma ampla  formação prática adquirida nas oficinas que participei , iniciei minha atividade como arte educador, primeiramente na Associação dos Moradores do Jardim Camargo e Adjacências  que estava situada no bairro do Itaim Paulista e posteriormente em projetos diversos desenvolvidos pela secretaria estadual da cultura, por toda a cidade de São Paulo. Trabalhei como arte educador em diversas ONGS, projetos sociais, instituições de cultura , ministrando oficinas de artes, atendendo geralmente a população mais carente que habita os bairros mais pobres da cidade de são Paulo , aos poucos fui sendo envolvido num processo de aprendizagem onde ensinava e aprendia, num processo de troca de conhecimento com educandos das mais diversas faixas etárias, com as mais diversas populações da cidade em situações de extrema miséria , passaram-se 13 anos e neste período acumulei uma gama de experiência que vai de encontro a educação não formal .

         

        Esta pesquisa  tem como objetivo  analisar como a arte educação é usada na educação não formal , tanto no âmbito governamental como em instituições do terceiro setor , incluindo  museus, centros culturais e casas de cultura  , tendo como objeto de estudo ações desenvolvidas na cidade de São Paulo, principalmente ações por mim vivenciadas num primeiro  momento como educando  e posteriormente como educador.

 

 

4) Justificativa

     A importância que a atividade de arte educação ganhou nos últimos anos  em projetos  socioeducativos e mesmo na área da educação formal, ou seja nas escolas não faz jus a pouca literatura que trata do assunto, pois o pouco que temos se refere a educação formal e sua relação com a  arte educação , falta literatura que relate experiências e trabalhos na  área da educação não formal  e sua relação coma arte. Elaborar um registro de minhas atividades como arte educador, assim como explanar experiências nesta área.

 

5) Objetivos

      Esta pesquisa  tem como objetivo  analisar como a arte educação é usada na educação não formal , tanto no âmbito governamental como em instituições do terceiro setor , incluindo  museus, centros culturais e casas de cultura  , tendo como objeto de estudo ações desenvolvidas na cidade de São Paulo, principalmente ações por mim vivenciadas num primeiro  momento como educando  e posteriormente como educador. Na educação não-formal, a arte se apresenta como um poderoso instrumento pedagógico, é utilizada como um meio de assimilação do mundo, uma fonte de conhecimento  ,  uma forma de lazer.

6) Metodologia

         A principio o processo de pesquisa se dará selecionando, lendo, analisando, resumido e anotando o conteúdo da literatura disponível e que esteja ligada a educação não formal e arte educação, assim como também utilizarei meus registros de atividades de arte educação quando nos momentos que ministrava oficinas de arte. O trabalho será dividido em capítulos , o primeiro capítulo será uma explanação a respeito do conceito  que temos de educação formal e educação não formal, no segundo capítulo abordarei o conceito de arte educação, arte como linguagem do conhecimento  e a proposta triangular, no terceiro capítulo será registrado as experiências que o estado teve e tem com atividades de educação não formal, assim como minha própria experiência nestes projetos, no quarto capítulo abordarei as experiencias de ONGS coma educação não formal e sua relação com arte educação, no quinto capítulo entrarei no campo da formação dos educadores envolvidos nos processos de aprendizagem na educação não formal, no sexto capítulo farei uma explanação a respeito da experiência de museus na cidade de São Paulo e suas experiências no campo educativo com arte, e finamente fareia conclusão de toda a pesquisa.

 

 

 

 

 

7) Bibliografia

ALENCAR, Valéria Peixoto. O mediador cultural: considerações sobre a formação e profissionalização de educadores de museus

e de exposições de arte. São Paulo: Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, 2008. (dissertação de mestrado).

 

ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 10ª ed. Campinas: Papirus, 2007.

In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Ensino da arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008.

 

BARBOSA, Ana Mae (org.). História da arte-educação: a experiência de Brasília. São Paulo: Max Limonad, 1986.

 

BARBOSA, Ana Mae e COUTINHO, Rejane Galvão. Arte/educação como mediação cultural e social. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

 

BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão e SALES, Heloisa Margarido. Artes visuais: da exposição à sala de aula. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.

 

CARVALHO, Lívia Marques. O ensino de artes em ONGs. São Paulo: Cortez, 2008.

 

FRANGE, Lucimar Bello P. Arte e seu ensino, uma questão ou várias questões? In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 47ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

 

FREIRE, Paulo.. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GHANEM, Elie. Educação formal e não-formal: do sistema escolar ao sistema educacional. In:

ARANTES, Valéria Amorim

(org.). Educação formal e não-formal: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2008.

 

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. 4ªed.São Paulo: Cortez, 2008.

 

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.

 

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